Breves
Violação grave dos direitos humanos das mulheres em nome da tradição
Um grupo de organizações mandou uma nota ao jornal Notícias, a propósito de uma notícia sobre uma violação dos direitos humanos das mulheres e repudiando a posição complacente do cronista. Veja em baixo, na íntegra, a nota enviada ao Notícias no dia 20 de Janeiro e publicada na edição de sábado 28 de Janeiro.
Os talibans de Moçambique
No jornal Notícias, a 14 de Janeiro de 2012, o jornalista Pedro Nacuo escreve uma coluna de opinião sobre um crime ocorrido em Pemba, Cabo Delgado: uma mulher que entrou num espaço reservado aos ritos de iniciação de rapazes, foi “punida” por ordem do responsável pela cerimónia, que ordenou uma violação colectiva. Ela foi sexualmente violada por 17 homens.
A polícia inicialmente tentou intervir, chegando a deter os violadores, mas foi avisada para não se imiscuir no assunto.
Não se conhece o desfecho final do caso.
No artigo, Pedro Nacuo defende como merecida a “punição” decretada pelo “líder espiritual” e concretizada pelos seus “soldados”: “Ninguém moral e tradicionalmente condenou a punição aplicada à senhora, ainda que severa, porque as instituições são compostas por pessoas que sabem de que se trata”.
Este caso lembra a violação colectiva de uma jovem ordenada por um conselho tribal numa zona rural do Paquistão, em 2002. Só que o desfecho no Paquistão foi o opróbrio nacional e internacional, e o julgamento e condenação dos violadores e dos membros do conselho tribal envolvidos. Enquanto neste caso, o jornalista moçambicano defende a impunidade!
Contrariando a ideologia e valores conservadores, sexistas e talibanescos do jornalista, as autoridades moçambicanas têm que intervir. Para que a justiça seja reposta e para que não seja vã e inútil (e até hipócrita!) a aprovação de tantos instrumentos legais que protegem os direitos de cidadania de todas/os nós, mulheres, homens e crianças. E para mostrar que estamos de verdade num Estado de direito. Menos do que isso é ceder à lei arbitrária decidida e aplicada por líderes locais, indo contra as leis que consideram a violação como crime.
Lembre-se que Pedro Nacuo foi premiado em 2011 na categoria de imprensa escrita à 13ª edição do Prémio Saúde para Jornalistas, promovido pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Sindicato Nacional de Jornalistas e a Organização das Nações Unidas. Assim, é assombroso que um jornalista premiado por escrever sobre saúde justifique que a mulher violada tenha sido maltratada pelos enfermeiros do hospital aonde foi levada. Este senhor recebe um prémio do Ministério da Saúde mas está a promover condutas indignas da profissão médica, nomeadamente, rir de um estupro colectivo e culpabilizar a vítima: “Ficou, infelizmente, a história de rir: no hospital, os enfermeiros, não sendo Lúkus(*), só puseram-se a tratá-la, como o fariam a uma pessoa que deliberadamente se meteu debaixo de um carro para que fosse pisada”.
Para finalizar, exigimos que a justiça cumpra as leis do Estado, sancionando os agressores (os violadores e o líder que os guiou) e mandando, assim, uma mensagem forte a quem quer decidir por si os limites da legalidade no país.
Solicitamos que o jornal Notícias publique esta nota como direito de resposta para repor princípios fundamentais dos direitos humanos, que norteiam a nossa jovem democracia.
Assinam:
- WLSA Moçambique – Mulher e Lei na África Austral
- LAMBDA – Associação de Defesa das Minorias Sexuais
- Fórum Mulher
- AMMCJ – Associação Moçambicana das Mulheres de Carreira Jurídica
- AMCS – Associação das Mulheres na Comunicação Social
- FORCOM – Fórum das Rádios Comunitárias
Lúku: homem que não passou pelos ritos de iniciação
Links:
Clique aqui para ler o artigo de P. Nacuo (Nota acrescentada em Fevereiro de 2012: O jornal Notícias tirou o artigo do seu site depois de cerca de dois meses, mas o texto continua disponível noutros sites)
A Voz de America sobre o caso de violação colectiva em Pemba: Escute o texto do artigo em português
Apetece vomitar de ler isto. Lamentável todo o episódio, deplorável o posicionamento deste jornalista.
Sinto-me indignado com atitudes tão primárias de seres humanos que pelos vistos têm atitudes de animais irracionais aliás nem os irracionais têm este tipo de atitude punitiva. as pessoas que cometem este tipo de crime sim …crime disse eu porque isto é um crime hediondo. E não me venham com princípios culturais, porque isto, tanto quanto eu saiba não tem a ver com cultura nativa mas sim com os distúrbios mentais e sexuais que têm alguns frustrados e mal formados desta ou de outra qualquer sociedade que pratique atos semelhantes. Isto deve ser repudiado pelas pessoas de bem, e os mentores bem como os executores punidos exemplarmente, de forma que sirva de lição e desencoragem os outros que queiram cometer estes atos bárbaros. Meu nojo é tão grande que não consigo dizer mais nada. Abaixo o abuso das mulheres
triste como os jornalistas do nosso pais se comportam…promovendo e apoiando este tipo de atitudes…deveriam lhe tirar a carteira e faze-lo passar pelo mesmo…TRISTE PESSOAS KE TEMOS NESTE PAIS…
” E por estas e outras que nos encontramos no estagios de desenvolvimento humano em Mocambique…”.
1- e inconcebivel que lideres espirituais a quem a comunidade confia cegamente os seus destinos tenham atitutes escrupulosas como esta…. ensinamentos negativos como este (violencia como reposicao a uma infraccao, onde estao os principios de educacao preventiva ?), que nada valem para o desenvolvimento da sociedade e estao impregnadas em mentes de milhares de Mocambicanos, o que de certa forma os acompanha para todos os meios sociais a que ascedem.
2- Que conhecimentos sobre direitos humanos com enfoque para direitos humanos das mulheres os nossos jornalistas detem de modo a identificarem-se com determinados posicionamentos barbaros, como o que foi revelado neste artigo ? Como e que uma pessoa mais informada comunga com o posicionamento de um lider tradicional ofuscado com o preservar da cultura que em muitas das vezes encerra “principios” nefastos aos direitos das Mulheres ?
Tirem-lhe o premio e mudem-lhe o sexo! quem sabe????
E por estes e muitos outros casos que nao devemos ter duvidas de que a nossa marcha em prol dos direitos humanos ainda eh muito longa. Ha ainda quem se diverte com a violacao gravosa dos direitos humanos. E deveras triste, eh impossível assistir calada. Os nossos medias, os nossos políticos, os nossos jovens, os nossos empresários, os nossos profissionais de saúde, e a nossa sociedade no geral ainda precisam de ser capacitados, ainda precisam de aprender e interiorizar muito sobre as questões de gênero. Precisamos de uma agenda de gênero forte e ousada, em que todos, homens e mulheres, jovens, crianças, adultos e idosos se sintam parte integrante e fulcral. Precisamos meter na cabeça que todos nos beneficiamos com esta mudança de mentalidade, ganhamos com o pensar diferente, ganhamos com a agenda de gênero!Temos que perceber que a causa eh de todos nos e que quando fazemos chacota da violação sexual de uma mulher estamos a falar da “nossa mãe”, “nossa irma”, “nossa esposa”, “nossa filha”… Eh uma parte de Nos!
Ele devia ser o primeiro a ajudar como um menbro da comunicação. Deve ter a certeza que nunca terá uma filha!………..
Continuam com a mesma mentalidade…é um atrasado mental este pseudo jornalista
Não vejo a culpabilidade do jornalista, talvez merecesse um elogio porque trouxe ao público aquilo que vem acontecendo um pouco por todas província nortenha deste país, todos anos e a muitos séculos. Se muitos de nós não sabíamos, agora já sabemos o que nos importa agora é procurarmos formas para consciencializar as pessoas envolvidas nesse actos (ritos) por forma a acabar com esses tipos de penalizações macabras.
Mobana
O jornalista trouxe o caso ao público, louvável, mas a sua reportagem vem carregada de sentimentos e opiniões pessoais deploráveis e sexistas. É um absurdo premiar alguém assim, retirar-lhe o prémio seria um castigo pequeno.
Qual é a justificacão para perpetuar tradicões selvagens e barbaras como estas??? em nome da tradicao? que vergonha! e há quem nos separe dos animais selvagens…pois bem, concordo com essa separacão, somos de facto muito piores…os animais selvagens não tem estes comportamentos. Tem que ser todos punidos, incluindo os enfermeiros e os policias que foram cumplices e ainda maltrataram a rapariga. Os enfermeiros existem para cuidar e nunca para julgar e agir como pretendem, os policias para aplicar a lei, estes claramente não sabem qual é o seu papel e deviam por isso ser exonerados dos seus cargos. Vergonha nacional!!!! sinto-me envergonhada por ser mocambicana, e enojada pelos comportamentos aqui referidos. Sou mulher e não aceito e nem nunca poderei desculpar estes comportamentos. Cadeia para todos!!!
Caro Mobana
O que está em causa é a responsabilidade social do jornalista. Um jornalista (e já agora o seu jornal) que divulga essas atrocidades e defende-as em nome da tradição, tem uma atitude quase criminosa.
O que pode justificar essa grave violação dos direitos humanos?
È admissível que faça elogios ao desrespeito da legalidade e da lei do país?
O objectivo de Pedro Nacuo não foi o de denunciar um crime, antes de louvá-lo. Pelo contrário, isso pode ser entendido como ameaça, para mostrar o que é que pode acontecer a alguém que, na sua óptica, não respeita as tradições.
Maria José Arthur
WLSA Moçambique
Tenho estado a acompanhar o debate provocado pela meu artigo, sem o qual, de facto muitos nao saberiam que ha disso neste país. Tambem tenho estado a divertir-me com posicionamentos, sem esforco, que confundem a minha profissao com as minhas opinioes e educacao, no sentido lato. A dor de cotovelo sobre o premio que ganhei assenta no seguinte:
1.- Nao saber que quem o ganhou foi o profissional P. Nacuo, por ter feito um trabalho com os melhores condimentos profissionais, independentemente dos seus preconceitos, conviccoes e, quiça, cultura, no sentido tradicional do termo. Me parece ser essa dificuldade de quem quer pensar que o país é monolitico, e que gostaria que essas coisas nao fossem ditas, que querem adiar o debate, como sempre o foi, para hoje parecer algo doutro mundo.
2.- Nao saber que os artigos que publico na pagina em que o “leis que colidem com as tradicoes”, sao minhas opinioes. Meu direito! Direito que se torna mais forte porque, de cada vez que ali apareco, levantam-se debates. Isso me engradece, porque nao sou tao dócil como aqueles que defendem o conveniente, simplesmente porque é assim que tem que ser.
3.- De resto, ha o problema de que, os(as) autores(as) da carta, sao pessoas sem apelido, talvez ai me apercebesse se sao ou nao Lúkus, com os quais nao devo discutir, assim me foi ensinado. Lúkus discutem entre si, assim como nada me obriga a falar com siglas feitas nomes ou apelidos.
4.- Quem tem medo da sociedade mocambicana, tal como ela foi descrita, nao deve ter o direito de falar em nome de quem quer que seja, pois essa é a realidade deste país, que está para alem das nossas conviccoes de quintal, dos direitos humanos de que falamos apenas para defender projectos e programas financiados de fora, para alem dos seminarios que afinal, ao fim do dia sao ignorados pela maioria dos mocambicanos, cujo grande problema é a pobreza.
5.- Nessa coisa de opinioes, o melhor é cada um fazer a sua parte, ou seja, as SIGLAS defenderem o que foram mandadas defender, ainda que isso, nalguns casos colida com as suas proprias origens, e eu escrever o que está a acontecer nio Mocambique real, pois nao sei inventar.
6.- Nao tenho mandato para falar em nome do jornal, mas posso aconselhar calma a quem está impacientemente emocionado, que espaco, no jornal é tempo e o unico espaco para as nossas opinioes é uma pagina. Acredito que divulgar-se-a a carta, claro, com a minha resposta que nao fugirá muito desta.
7.- No fim, tal como um conceituado artista disse ha dias, por causa da mesma cronica, quando me telefonou, levantei um debate muito desconhecido pela minoria dos mocambicanos, se tivermos em conta que a maioria anda por cá acima: Zambezia, Nampula, Niassa, Cabo Delgado…. e ele propôs uma coisa de quem pensa desapaixonadamente: levar o assunto a debate! Isso é que é!
Pedro Nacuo era melhor se ficasse calado! Ja disse muita asneira!
É incrivel como acontecem estas situacoes de violacao, baseando-se na defesa de habitos e ritos culturais. O que aconteceria a um homem se tivesse violado o espaco reservado as jovens no periodo dos ritos de iniciaçâo? Está previsto alguma punição?
O jornal deveria publicar a foto desses bandidos criminosos!!!!
A semelhança de como foi noticiado a violação da jovem senhora no hotel americano pelo alto dignatário frances, deveria-se dar o mesmo ênfase para cada caso de violência sexual e a punição ao infractor deveria bastante severa!
As organizações de defesa dos direitos humanos deve acompanhar este assunto até a resolução final.
Parabens, Nacuo!
As pessoas parecem que comecaram a ler-te na questao dos ritos de iniciacao. Se debatessem assim todos os assuntos que abordas na tua pagina, se calhar tivessemos ultrapassado alguma crise de identidade que ainda grassa na mente de muita gente. Em vez de estarem aqui a te baterem seria bom que organizassem um debate, de preferencia numa das provincias do Norte, para conhecerem Mocambique….
Ái o saudoso Samora Machel. Nesta altura faz mesmo falta. Para este tipo de miseráveis o nosso querido lider tinha uma solução para estes chiconhocas. Fuzilamento é o que este tipo de animais merecem, sem compaixão. Mas infelizmente a dita democracia não que ver estes abusos. Estão á espera de quê? Agir antes de apodrecer
Está previsto, sim, um castigo para os homens. Tambem sao violados, quer dizer, é exposto perante muitas mulheres quase nuas e ai, nao fica homem! Acontece, em Mocambique, aqui!
Que mal fez o jornalista que trouxe o assunto ao público? Deveria ficar calado? Que organizacoes de defesa dos direitos humanos que agride o direito de Nacuo escrver ou opinar?
Ha muita confusao neste assunto: a mim me parece que só se conheceram Pedro Nacuo neste caso, nao sabem que estao a falar de quem sempre está profissionalmente a trazer assuntos que parecem nao existir. Porquê nao aproveitar esta oportunidade para os defensores de mulheres e de direitos humanos conhecerem mais esta faceta do nosso Mocambique real?
E essa de ter ganho prémio fica completamente desenquadrada nessa polémica, mas ja se sabia que tendo pela primeira vez o premio caído para lá do Zambze, traria dores de cotovelo. Vamo-la falar!
Está a doer, o premio de Pedro Nacuo!!!
O que tem a ver o premio de Pedro Nacuo com a cronica que se está a debater? Felizmente li a cronica e nao encontro a culpabilidade do jornalista, simplesmente está a relatar o que aconteceu. Da mesma forma que que li a reportgem que fez de Nacuo o ganhador do ja referido premio, era bom que as pessoas fossem lê-la, está no Noticias de 6 de Janeiro de 2011, para entender do porque foi a escolhida pelo juri.
Esta discussao corre sério risco de vir a ser tribal. Quem avisa amigo é!
Concordo com o que estás a prever Jorge. Porque aqui a discussao está a ser Nacuo, que escreve sobre o que acontece na sua regiao e todos sabemos que é assim. Por isso, o problema levanta-se lá em baixo sobre o que aconteceu e aconteceu cá em cima, onde sempre acontece. Nao ha nenhum esforco de debater o assunto sem alguma dose de descriminacao regional…
Pretende-se humilhar Pedro Nacuo. Nao o conhecem! Nestas coisas de tradicoes a policia ou a justica podem fazer como se propoe, mas as tradicoes sao muito profundas, a coisa vai andando. Qualquer pessoa da regiao onde tal aconteceu, sabe muito bem disso. Talvez o jornalista nao devesse escrever, por muito conhecido o fenomeno!
Quem instou o Nacuo distância no debate é um leitor como o Sr. Jr. Favor aplaudir esta ONG que teve a sabedoria de trazer o assunto ao público! Meus Senhores, vivemos num mundo entrelaçado, globalizado e Moçambique é membro das NU e aderiu a muitas convenções sobre direitos humanos e defesa da dignidade do Homem! Paremos com esses comentários retrógrados que apenas nos humilham e nos tornam motivo de riso e desprezo dos mais jovens e do mundo! Cadê PGR?
essas conversas sobre dores de cotovelo nao interessam pra nada. Temos que ver e que se esta a falar de um crime horroso e ninguem tem o direito de defender isso.
Parabens Pedro, pelo artigo, pois e revelador de situacoes que ocorrem neste pais. Nao se trata de mais um artigo, mas sim um caso de estudo profundo e debate.Nao percebo a indignacao dos outros, mais certamente acredito que tem as suas razoes.
N. Mussa
Está esgotado o caso. Quer dizer, deixar que Nacuo continue a trazer-nos o Mocambique real e nao o teorico e teorizado sob a capa das Nacoes Unidas ou quaisquer convencoes. Talvez lutar para ocidentalizar o país, o que nao está a ser facil durante estes seculos todos, razao porque ainda ha tradicoes que para alguns parecem inventadas pelos que, como Nacuo, relatam….
Fico surpreendido quando alguns querem impor balizas a um profissional de comunicacao no seu dever de trazer à superficie a realidade vivida neste nosso vasto Mocambique. Fico, também, surpreendido quando alguns querem misturar alhos e bugalhos, num assunto meramente cultural. Não defendo a violacão colectiva de mulheres em nome da defesa de aspestos culturais, mas a forma como as “senhoras” subscritoras da “carta-repúdio” trtam o assunto e chamam nomes obscenos ao jornalista. Que mal ele fez ao trazer esta ocorrência ao público? Até porque as “senhoras”que repudiam tal facto deviam dirigir – se às entidades competentes para se inteirarem mais do assunto e, a partir daí, encontrarem o culpado, que eu penso não ser o meu colega e amigo Nacuo! Permitam – me que vos conte algo que se passou, recentemente, no bairro onde vivo, cá em Nampula: um jovem perdeu o seu celular ao ser agredido por um grupo de senhoras, por ter passado próximo duma casa onde se realizavam ritos de iniciacão feminina. Que comentarios fazem a respeito? Nacuo, forcca! Continue a reportar esses casos para alguns, que eu acho serem muitos, saibam que, de facto, o nosso País é multicultural.
Vasco da Gama, Npl
Apanhei tarde o assunto, por ter sido publicado no SAVANA, mas o grupo de mulheres foi infeliz em ter escrito a carta sob efeitos fortes de emocao. Trataram mal um dos nossos melhores profissionais de comunacao social da actualidade, que parece terem-no conhecido apenas desta vez e perderam tempo em se dirigir a ele e pedir mais dados. Para lhes contrariar, nao sei se de proposito, trouxe-lhes a cronica deste sabado, na sua habitual coluna que nao foge da que provocou a celeuma. Tambem vao dizer que ele está a promover, sei la, o quê…. mas tambem ao tentarem-no humilhar, promoveram-no como nunca: quando fui ao gogle, fiquei a saber com mais de 4.000 resultados, que foi ele o autor do livro “Caso Montepuez- Grande Reportagem”, asssuntos fora do comum, para alem de ser autor do BOROMA-Homenagem a Todos os Professores, com uma tiragem, na segunda edicao, sem igual, 120.000 exemplares. Forca, Nacuo traga-nos o Mocambique real, o ideal fica responsabilidade dos sonhadores. Abraco
A tradicao é uma transmissãO ‘de práticas ou valores espirituais de geracão em geracão, um conjuto de crencas de um povo alo que é seguido e com os templos vai sendo mudificado para responder as novas necessidades que vao surgindo, conservando o que ainda pode ser usado para a temporada em vigor.
Queridos e queridas as transformacoes sociais nos convidam a cada dia refletir sobre as nossas accoes que por veezes movidas de crecas ofendem a moral humana e aos Direitos Humanos, direitos esses que nao é’possivel apenas ter pela metade devoms todos gozar plenamente ainda que seja complicado, TODOS DEVEMOS GOZAR PLENAMENTE, sao UNIVESAIS e INDIVISIVEIS, nao escolhem homem nem mulher sao para ambos de igual maneira e devem ser respeitados.
NAO EXISTE NENHUMA LEI, CONSTRITUICAO, CODICO, REGULARMENTO DA TRADICAO, mas existem tantos e muitas leis, protocolos e muitos outros instrumentos legais que nos exortam a mudar a nossa forma de pensar agir na sociedade para tornar melhor as relacoes entre homens e mulheres.
Descrever e defender uma atrocidade é dizer em voz alta concordo plenamente sou desta opiniao, escrever apenas é dizer estão a ver isto, e o autor do artigo disse e bem disse foi por merecer que esta mulher foi brutalmete violada. Se a tradicao é boa é boa para todos’e nao viola direito de niguem.
Nao me lembro de ter visto em nenhuma tradicao violacao como forma de punir, mas nas cabecas dos homens e de algumas mulheres que nao sao culpada a forma como foram embaladas na educacao sexista e patrialcal nao as deixam ver o a sociedade de outra maneira a nao ser a cada dia assinar em baixo de violacoes e violacoes.
PAREMOS E PENSEMOS SE CONTINUARMOS A DEIXAR OS HOMENS A EVOCAREM A TRADICAO A CULTURA PARA VIOLAREM AS MULHERES E SEUS DIREITOS, AMANHA TERMOS UMA SOCIEDADE EM QUE HOMENS E MULHERES LUTA ENTRE SI, MAS SE CONCORDARMOS QUE ESTE ACTO DESCRITO NO ARTIGO É CONTRA LEI E DEVE SER PUNIDO VAMOS CONSTRUIR UMA SOCIEDEDE DE IGUALDADE, RESPEITO MUTUO E DIREITOS HUMANOS PARA TODOS.
Nao existe valor, habito, tradicao e cultura acima dos Direitos Humanso.
Indignadas e indignados…
…acredito que isto seja a postura de um cidadão informado, consciente e preocupado com o estado actual dos direitos humanos, e sobretudo dos direitos das mulheres do seu país.
Indignadas ficamos, nós activistas feministas, ao ler esta notícia. Indignadas ficamos, ao ler a opinião do jornalista justificando actos criminais.
Indignados devemos permanecer frente aos usos e abusos da tradição para contornar os direitos básicos dos seres humanos, de entre os quais sublinho o direito de viver sem violência.
Uma democracia constrói-se com cidadãos indignados, com voz para indignar-se, a começar pelos jornalistas.
A discussão sobre o jornalista – que deveria ser denunciado pelas Nações Unidas e pelo Ministério de Saúde, como tendo defendido ações que violam os direitos humanos e a legalidade, está a desviar a atenção do caso: os perpetuadores da violação coletiva e o mandante devem ser presos por crime sexual!
Já agora prendam também o jornalista por defender o crime e incitar a sua repetição! O tom do seu ultimo comentário é arrogante e inaceitável – os nossos jornais deveriam ter vergonha de dar espaço de opinião a quem não sabe ler nem aplicar, muito menos entender, o espírito da lei e da constituição. Nos somos um Estado de Direito, e esse jornalista está a favorecer “justiça por próprias mãos”!
Vergonha para os nossos jornais. Vergonha para as Nações Unidas que premeiam pessoas sem ética. Vergonha para o Ministério de Saúde, que não pune comportamentos inaceitáveis dos seus profissionais de saúde e não se manifesta contra um premiado seu que viola o espírito do serviço de saúde: de ajudar quem precisa, sem julgamento!
Uma vergonha! Onde estão os representantes da Lei e a nossa procuradoria, para acusar os violadores e o seu defensor?
Violação sexual é violação sexual independentemente das razões ou crença que levaram os violadores a cometerem tal crime macabro.
Na altura em que se inventarão essas punições, com certeza não se tinha em mente a possibilidade de vidas humanas se exposto ao risco de contrair o HIV/SIDA, a não ser que já se previa esse caso e o mestre tivesse leva do consigo um kit de preservativos.
Punam se os criminosos, sob pena de continuarmos num pais onde as tradições e culturas são injustas, a margem dos direitos humanos.
Olga L.
Nacuo, Nacuo, Nacuo… Afinal o problema é o Nacuo ou o facto de terem sido cometidos 17 crimes sobre uma mesma mulher, que estão impunes e que devem ser julgados? As tradições foram feitas para ser mudadas, o que foi tradição ontem deixou de o ser hoje e será condenado amanhã, sempre assim foi ao longo de milénios. Se o dito cujo Nacuo ainda está amarrado à tradição e “compreende” o que aconteceu, o que pode ser condenável em qualquer lugar do planeta e em qualquer época histórica, porém isso não lhe tira o mérito de ter trazido a lume algo que deve ser tema de muita reflexão, debate e DECISÃO. Mas a tradição não está acima da lei e da justiça feita pelos humanos, nem nesta nem em muitas outras coisas. Os que defendem, justificam, acobertam, ignoram (como os polícias e enfermeiros) tais actos são doentes perigosos, precisam de tratamento e gostaria de saber como reagiriam se isso acontecesse com alguma mulher da sua família. Este caso tem que ser julgado, se é que o governo de Moçambique tem verdadeira pretensão de instituir um Estado de Direito.
Tenho que ler primeiro o jornal para saber se o jornalista defende ou nao o abuso por ele proprio reportado! No entnato acho abominavel e condenavel que estes casos acontecam. sinto-me muito triste por isto estar a acontecer no nosso pais, que se diz defensor dos direitos humanos e luta pelos direitos das mulheres. Assim, acho que todos os que participaram nesta violacao deviam ser devidamente punidos de acordo com a lei. Para Pemba..acho que devemos levar este assunto aos debates mensais que a Helvetas tem organizado e ver como melhor podemos prevenir situacoes futuras.
SM
Nem em Países do 4º Mundo. Tudo deste género deve ser denunciado, ou tais actos serão para aumentar a expansão da Sida para interesse de alguem ??? Valeu a lei do mais forte…como na selva…é o progresso da estupidêz ao mais alto nível.
Pedro Nacuo? Parece-me que deve ser (re)batizado com novo nome:P. Vácuo.Este novo nome quer dizer “vazio”!Vazio ao dizer que se diverte(!)com os comentários suscitados pelas suas opiniões.Espantado e exigindo que se respeite, nele, o profissional e o separam das opiniões, aberrantes, em perfeito menosprezo pelos Direitos do Homem!Pelos vistos, para este profissional o importante é ganhar o pão. A Pessoa que se calque sob a avalanche dos conceitos e preconceitos da cultura, em que o homem tem de ser ele, sempre, e tal como “a circunstância” o formatou.
Que um simples “plebeu” assim agisse por assim o terem ensinado a pensar…, mas um jornalista… que não é um “zé ninguém” (ou se calhar até é!)a defender o indefensáve,causa apreeensão e vómito!
Pois que o debate avance para benefício do Homem/da Mulher e que este senhor,Vácuo aprenda que opiniões se burilam à luz dos grandes principios e dos valores que defendem a dignidade da pessoa humana!E que não seja preciso a mãe ou irmãs passarem por tais barbáries para que mude de então de opinião.
Sinceramente falando não encontro razão para se cruzificar Nacuo por causa de “Leis que colidem com a tradição!” dado que, expoe uma crua verdade e, acredito, fá-lo com a clara intenção: – chamar a atenção a sociedade e a quem de direito sobre a necessidade de uma reflexão séria visando estancar o flagelo!
Nacuo, não desvaneça! Continue dando contributo, à sua meneira, para uma socviedade melhor.
Outra vez, muita publicidade sobre um homem, de nome Nacuo, que mais uma vez trouxe um tema para debate. Ele deve estar a rir-se daqueles que o leram conforme as suas emocoes. Hoje falam de tudo, menos do problema que ele trouxe, que qualquer pessoa normal, ainda que nao seja intelectual, sabe que o jornalista retratou o acontecimento tal como foi tratado pelos vários intervenientes, ate desaparecer…
Agora é nossa responsabilidade fazer o que falta, ele fez a sua parte. E penso que o que falta nao é evocar o MUNDO, mas enfrentarmos o problema por ele suscitado, para o resolver, atraves de debates e accao daqueles que nao agiram contra, porque Nacuo agiu, por isso sabemos que houve este acto macabro. Que leituras estranhas, apenas para colocar no relatório de que TIVEMOS UMA ACCAO DE CONDENACAO A UM JORNALISTA, ponto e final!!!!!
O Jornalista tem o direito de escrever o que quiser e sobre o quiser, mas não deve esquecer que a Civilização avança e com esse avanço deixam de ser admissíveis, situações que antes seriam consideradas normais. ´Moçambique tem Leis, tem governantes e é um País a acminhar a passos largos para a modernidade. Assim sendo, é impossível concordar e defender, situações que estão perfeitamente ultrapassadas no tempo.
O que se passou foi um regredir civilizacional, defender esse acto…é mergulhar na escuridão…
Exige-se do Governo…que actue e faça justiça…!!
Já o disse pessoalmente mas não quero deixar de aqui referir o meu profundo espanto, desagrado e, acima de tudo, desilusão por ver uma organização na qual trabalham pessoas pelas quais tenho amizade e respeito a assumir este tipo de atitudes. A interpretação que foi feita do texto é absolutamente descabida, ainda para mais feita por gente com o cabedal intelectual como a que aqui “habita”. O que foi feito é puro terrorismo. Quixotescamente poderia dizer “Pedro Nacuo sou eu”. Realisticamente será melhor dizer “o próximo Nacuo podes ser tu”. Uma vergonha. E estou certo que daqui a algum tempo poderão olhar para trás e ver o quão errado foi este episódio. (Ou quero estar certo?)
Para o Teixeira
Como também já tive oportunidade de dizer, estou em profundo desarcordo com a tua *interpretação*. O texto do Nacuo é sarcástico e há por vezes dificuldade em entender aonde quer chegar, mas apesar disso não restam dúvidas de que ele defende que a violação da senhora foi um castigo justo, insinuando até que ela sabia do que se tratava e até passou várias vezes pelo local.
Ainda nesta mesma página, no dia 26 de Janeiro, P. Nacuo comenta que: *Quem tem medo da sociedade mocambicana, tal como ela foi descrita, nao deve ter o direito de falar em nome de quem quer que seja, pois essa é a realidade deste país, que está para alem das nossas conviccoes de quintal, dos direitos humanos de que falamos apenas para defender projectos e programas financiados de fora, para alem dos seminarios que afinal, ao fim do dia sao ignorados pela maioria dos mocambicanos, cujo grande problema é a pobreza*.
Ele levanta ainda um problema, que é o de saber se os seus interlocutores/as *sao ou nao Lúkus, com os quais nao devo discutir, assim me foi ensinado*.
Mais palavras para quê? Mesmo se posteriormente, na sua resposta ao Savana, não me lembro agora da data, P. Nacuo tente fazer passar a ideia de que afinal o que estava a fazer era somente denunciar a situação e que toda a gente o percebeu muito mal!!!
Portanto, Teixeira, tu podes acreditar no que quiseres e discordares quanto aches justo, mas se calhar isso não te dá o direito de pôres em causa uma organização ou de catalogar a nossa denúncia como puro terrorismo. Quanto a mim, encerrei esta discussão contigo. Também há uma enorme desilusão por este lado.
De todas as maneiras, neste momento o que importa seguir é o funcionamento das instituições perante este crime e apurar responsabilidades pela impunidade de que até ao momento gozaram os criminosos, líderes ou não, lúkus ou não.
a) Eu acredito que a interpretação é uma decisão. E nisso há espaço para várias. Eu interpreto um texto que foi considerado “culpado”. É esse texto que leio, é esse texto que analiso. E é a vossa análise sobre esse texto que me choca.
b) Não vou argumentar sobre posteriores declarações do jornalista P. Nacuo (li na diagonal um texto, julgo que no Savana, mas não fiquei com o exemplar) até porque são reactivas a isto. E isto é grave demais, se entendido pessoalmente – como escrevi no meu blog isto é um “assassinato de carácter”. E, honestamente, não sei se poderá exigir “cabeça fria” e discernimento a quem passa por isto.
c) Sarcasmo? Nacuo apresenta a sua visão dos ritos inseridos na sociedade (à qual aqui, para simplificar, chamarei tradicional – a qual valoriza em termos que não serão os meus, mas issso é secundário para esta questão). Sublinha que a obediência lhe é particularmente constitutiva e, em particular, a obediência ao silêncio. Depois refere o acontecido (violando, conscientemente, esse apregoado valor de obediência silenciosa – ou seja, demarcando-se). E escreve (cito os 4º parágrafos nos quais refere o triste caso que provocou tudo isto):
“Não é que em finais de Dezembro passado uma mulher, aqui em Pemba, violou os limites em relação ao raio proibidíssimo, diz-se, por mais de uma vez? Concluiu-se que o fazia deliberadamente, sobretudo porque sendo da terra, sabe o quanto é interdito.
Caiu nas malhas de homens do acampamento e foi dolorosa e copiosamente violada, por 17 homens, vindo parar no hospital onde ficou internada. A cena saiu para o consumo público, este público que, tendo passado pelos ritos de iniciação, não tem que perguntar quase nada e ela dirá muito pouco do que aconteceu.
Ficou, infelizmente, a história de rir: no hospital, os enfermeiros não sendo Lúkus, só puseram-se a tratá-la, como o fariam a uma pessoa que deliberadamente se meteu debaixo de um carro para que fosse pisada. A polícia prendeu os supostos autores materiais do crime, mas a corporação é composta por homens, alguns deles que bem sabem de que se trata e o líder espiritual mandou recados para quem ousasse mexer nos seus “soldados”.
Ficou um segredo, como é segredo tudo o que lá acontece. Ninguém moral e tradicionalmente condenou a punição aplicada à senhora, ainda que severa, porque as instituições são compostas por pessoas que sabem de que se trata. Aqui a Lei colidiu frontalmente com a tradição. Eu, se não estivesse a dizer por dizer, nem devia dizer isto!”
Onde está o sarcasmo? No 1º parágrafo? Como? Refere o facto e uma interpretação local desse facto “Concluiu-se que o fazia deliberadamente …”. Onde se pode ver o sarcasmo aqui?
No 2º parágrafo? “Caiu nas malhas de homens do acampamento e foi dolorosa e copiosamente violada, por 17 homens, vindo parar no hospital onde ficou internada.” – onde está o sarcasmo? Não posso ver mais do que denúcia, até adjectivada (“cair nas malhas”, expressão sempre desvalorizadora e indiciando marginalidade ou crime, “dolorosa e copiosamente violada”, do terrível acontecimento.). E a referência ao facto do episódio ser apenas do conhecimento de gente que, por obediência, irá calar.
No 3º parágrafo? “Ficou, infelizmente, a história de rir: no hospital, os enfermeiros não sendo Lúkus, só puseram-se a tratá-la, como o fariam a uma pessoa que deliberadamente se meteu debaixo de um carro para que fosse pisada. A polícia prendeu os supostos autores materiais do crime, mas a corporação é composta por homens, alguns deles que bem sabem de que se trata e o líder espiritual mandou recados para quem ousasse mexer nos seus “soldados”.” Onde está o sarcasmo? Na apresentação que a história se tornou risível para o contexto social que a acolheu [“Ficou, infelizmente, a história de rir”]? Na apresentação do facto de que o contexto envolvente, indivíduos partilhando dos valores locais, homens ligados a uma particular concepção d direitos e de (des)igualdades e de política, desvalorizaram a vítima e o acto cometido, e optaram por seguir os mandamentos de silêncio. Sejam os agentes de saúde sejam os polícias? Como se pode ver sarcasmo aqui? No “a história de rir”? Francamente – Nacuo está a referir o que se intui de imediato, esta história terrível provou a hilariedade entre iniciados e não a indignação. Sarcasmo? Nacuo anuncia o sarcasmo local, não o pratica.
No 4º parágrafo? “Ninguém moral e tradicionalmente condenou a punição aplicada à senhora, ainda que severa, porque as instituições são compostas por pessoas que sabem de que se trata. Aqui a Lei colidiu frontalmente com a tradição. Eu, se não estivesse a dizer por dizer, nem devia dizer isto!” Onde está o sarcasmo? Na referência ao facto de que ninguém condenou a “punição aplicada”. À referência a que a “tradição”, exigindo cumprimento e silêncio, se sobreelevou diante da Lei? Onde está o sarcasmo? No facto de que ele, Nacuo, apesar de ser iniciado, de ter partilhado aquela socialização, se recusa a seguir os princípios de obediência e silêncio e que (presumo eu) mesmo que aceitando parte substancial da identidade cultural se recusa a calar o facto. Explícito no “Eu, se não estivesse a dizer por dizer, nem devia dizer isto!”
Insisto no que acima disse. Neste texto, lendo-o sem declarações de intenções subliminares, ou seja sem lhe impor sentidos que sejam estranhos ao que lá está escrito, não se consegue encongtrar qualquer ligação à perfídia que a vossa declaração conjunta encontra. Seja lendo-o linha a linha (ou parágrafo a parágrafo) como o faço aqui, seja tentando encontrar na sua articulação interna (uma hipotética encenação, que tantos textos apresentam – mas que não me parece que aqui surja).
Mas o que não há neste texto também – e julgo que é isso que provocou a V. reacção é uma linha de condenação total à “sociedade tradicional” e ritos que a integram. Nacuo resumidamente apresenta-a, apontando algumas características, e isso num tom participativo (positivo, se se quiser). E apresenta (denuncia) um facto tétrico e a reacção (integrada) que provoca. Como tantos o fazem em tantos contextos sociais de que participam (sentimo-nos participantes, concordantes, confortáveis com determinados contextos mas recusamos, denunciamos, determinadas características ou episódios).
Já disse aqui em cima – poderão Vs olhar um dia para este episódio, reler o texto, e verem o quão extemporânea foi a V. interpretação. E seria bonito, e intelectualmente honesto, que o viessem a dizer. Até para ressalva de Nacuo (que não precisa de ser o melhor dos homens para merecer muito mais do que aquilo que aqui Vs lhe fizeram. Será, provavelmente, um traste como eu sou e tantos outros. Mas nem texto nem, muito menos, o autor merecem isto)
Ou então não o farão. Porque este facto é tão absurdo que me permite uma outra interpretação (que já escrevi alhures). Tão errónea leitura não aparenta ser apenas uma má-interpretação mas é umas estratégia que intenta pressionar a palavra pública (em formas e conteúdos). E isso já não será absurdo. Mas sim inaceitável. Espero, muito sinceramente, que nem tu nem os restantes estejam nessa via. Mas, garanto-te, é o que me parece.
Maria José Artur e sua Organização mais uma vez parabéns por ter trazido o assunto à atenção de muitos.
Alguns julgam-se muito inteligentes e defensores de pseudo valores culturais. Fê-lo também Adolf Hitler…e provocou holocausto! Por isso essas vozes nada espantam e nem devem desfalecer a vossa determinação em defender os valores universais da dignidade, os direitos fundamentais e defender a MULHER que infelizmente muitos homens com h minúsculo ainda teimam em considerar um objecto….
juvenal
Boa tarde a todos ,venho com respeito e consideraçaõ,solicitar aos direitos humanos internacional ,que dentro de seus direitos internacionais ,interceda pela ,jovem [TINTSWALO NGOBENI] de 22 anos ,que por ser mulher em um PAIS que tem rei so pra mulheres ,ja que seu pais é um pais cheio de outros problemas sociais,no sentido de tira lá das maõs deste rei,ja que ela naõ tem desejos de ser a decima quarta mulher de um reinado,em que nada elas mandam ,apenas servem de cobaias do sexo,e por que ser obrigada a uma coisa que ja era tempo delas decidirem ,naõ um homem que fez leis apenas para se beneficiar,logo em desrespeito aos desejos de uma mulher no qual ele deveriam dar toda a liberdade ,pois saõ dela que eles saem.Por favor ajudem esta moça ,mostrem que os direito das mulheres tem que serem respeitados .Deem apoio politico a esta moça ,ja que se ela voltar ao seu pais vai sofrer ,e na cara dos direitos humanos internacional.Pelo amor de deus esta mulher implora por um apoio internacional.Clamo pela vida dela ,e pela moral desta mulher que quer ser feliz,no qual deveria ser um direito dela ,naõ de um homem , que nada no amor representa para ela.Deixem ela na INGLATERRA ,ou no paraiso chamado BRASIL ,,que apoiam tamtos errados ,por que naõ uma mulher que pede socorro para naõ sofrer igual a muitas que ainda por lá iraõ passar e naõ tiveram esta oportunidade de clamar ,por socorro ao mundo atualizado.Por favor direitos humanos brasileiro abra os braços para esta jovem,deem a ela esta oportunidade de escapar de um absurdo deste . Rei por favor deixe as sua mulheres em paz acabe com esta irezia e buso,deixe elas ecolherem se querem ser rainha ,sei la se pode chamar isso de reinado,ou outra coisa?Por favor ,observem o caso desta moça AFRICANA.ela é e esta sendo mulher perante aõ mundo ,e nos naõ devemos nos acovardar,perante a este pedido .OBRIGADO QUE DEUS ORIENTE A TODOS PELA CAMINHO DO BEM ,A FAVOR DESTA JOVEM .OBRIGADO.
Eu jones ,com todo o respeito que tenho a este departamento ,fico insatisfeito se voces naõ colocarem neste espaço o caso da jovem [TINTSWALO NGOBENI ]AFRICANA ,com 22 Anos que esta na INGLATERRA ,pedindo asilo politico em moral da defesa das mulheres AFRICANAS,obrigadas a serem mulheres de um REI,só por que ele quer que seja ,independente da vontade propria dela,Apelo aos direitos humanos internacional ,que interfira a favor desta jovem ,e deem a ela o direito politico de ficar na inglaterra ou ate mesmo em nosso PAIS [BRASIL]Acho que fazer leis para beneficio proprio como é o caso deste rei,contra os desejos das mulheres ,é um desrespeito total aos direitos humanos internacional.Por isso apelo deem a esta jovem todos os direitos legais que ela pede ,ja que este REI ,naõ respeitas as outras leis internacional,e esta jovem que teve coragem de infrentar tais situações,naõ pode voltar e sofrer nas maõs destes tipo de homem,sem ter o direito de poder dizer ,[eu naõ quero ser a decima quarta mulher deste reinado ]Ela teve este peito corajoso ,,e por isso devemos dar lhe este apoio .Por favor direitos humanos internacional das mulheres ,ajudem esta moca que pede socorro ,por ela e por todas que lá ainda estaõ ,e sofreraõ este castigo sem o direito de desejo,em naõ querer ser uma rainha ,que nada manda ,so serve para sexo com o rei .Livrem ao menos esta ,deem apoio politico e moral a esta grande heroina AFRICANA.ela precisa de apoio.URGENTE. FAVOR PUBLICAR ,EM APOIO A ESTA JOVEM ,ESPERO.OBS TAIS FATOS SAIU EM UOL DE 19/05/2013
Nao crucifiquem P Nacuo,porque ele trouxe esta imformacao deste macabro acto,vale mais debater se o pano de fundo deste caso que gerou polemica,responsabilizacao pelos infractores conta mais.