A rapariga enfrenta diversas barreiras sócio – culturais que dificultam o acesso, a retenção escolar e a qualidade de aprendizagem, com impacto no número de mulheres que ingressam no Ensino superior. A situação é ainda mais preocupante nas zonas rurais e entre famílias menos instruídas, onde se olha para o papel de mãe e esposa como mais importante, com ganhos imediatos e palpáveis, do que a educação formal.

Um milhão de euros (cerca de 67.380.000 milhões de meticais) será investido para atender as necessidades urgentes das mulheres e raparigas afectadas pelo terrorismo em Cabo – Delgado. O valor, desembolsado pelo Governo da Áustria, destina -se a apoiar o trabalho do Fundo das Nações Unidas para a população (FNUAP) e o Governo na melhoria da protecção desta camada social.

Maputo – Lançou -se recentemente a segunda edição da directriz nacional de apoio psicossocial nos cuidados e tratamento das pessoas vivendo com HIV/SIDA, para melhorar a qualidade de vida dos portadores e seus familiares.

Uma geração de mulheres habilitadas no uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) pode ser uma realidade a médio e longo prazos, em Moçambique, desde que haja maior investimentos na capacitação e formação formal nesta matéria.

O medo de queixar – se contra o cônjuge, mesmo sendo vítima de violência por repetidas vezes, está a contribuir para que muitas mulheres busquem ajuda num estágio em que já desenvolveram sequelas e marcas que carregam por toda a vida. Segundo relatos de sobreviventes algumas mulheres optam por não denunciar o parceiro por pressão da família, protecção dos filhos e receio de serem julgados pela sociedade por colocarem o agressor na cadeia. Estatísticas revelam que em 2020, os gabinetes de Atendimento à Família e Menores Vítimas de Violência atenderam 22.978 casos, dos quais 12.398 mulheres, 2402 homens, 723 idosos e 7455 crianças. Do total dos casos, 2017 são de violência sexual, sendo que as principais vítimas são crianças e mulheres.

O programa “Eu Sou Capaz” é financiado pelo Banco Mundial, que desembolsou cerca de 38 milhões de dólares para a sua implementação. O principal objectivo é assegurar a permanência das raparigas nas escolas e a redução dos índices de uniões prematuras em Moçambique. O programa, que se vai estende até 2024, vai abranger raparigas da 5ª, 6ª e 7ª classes, em 49 distritos das províncias de Manica, Sofala e Zambézia na região centro, Cabo Delgado e Niassa no Norte, Maputo província e cidade de Maputo, na zona sul de Moçambique. Beatriz Gabriel é professora de uma escola primária no distrito de Gôndola e disse estar lisonjeada pela iniciativa da criação do programa “Eu Sou Capaz” pois, na sua ótica, o mesmo veio assegurar que as raparigas não desistam dos estudos. “Dantes eles não tinham uniforme, agora já tem. Esperamos que agora não tenhamos desistências porque dantes havia muito mais nas meninas. Agradecemos muito por esse programa”.

 

Na província de Cabo Delgado, na cidade de Pemba – decorre uma acção de capacitação à escala nacional de técnicos do sector da Saúde para saberem diagnosticar e tratar lesões que levam ao desenvolvimento do cancro do colo do útero. O seminário de capacitação, é um exercício visto pelos participantes como oportunidade para elevar conhecimentos em matéria de tratamento de lesões e sobretudo, como levar mais mulheres a aderirem ao rastreio, porque às vezes chegam nos centros hospitalares numa fase em que já não é possível receber o tratamento.

 

Na província central de Manica, a Polícia da República de Moçambique (PRM), deteve um jovem de 28 anos de idade, indiciado de ter violado sexualmente 30 mulheres, entre crianças de seis e sete anos. De acordo com o pai de uma das vítimas, as violações sexuais ocorriam no bairro 7 de Abril, arredores da Cidade de Chimoio. Para lograr os seus intentos, o indiciado aproveitava, no caso das crianças, o momento em que os pais estivessem ausentes de casa, e aliciava-as.