Na província de Gaza, durante a segunda mesa – redonda provincial que envolveu activista de Xai -Xai, Chongoene e Chicualacuala, no âmbito da Iniciativa Spotlight, para a partilha de boas práticas que contribuam para o combate à violência sexual baseada no género, uniões prematuras, entre outras práticas nocivas. A Governadora de Gaza, Margarida Mapandzene Chongo, considera a violência sexual baseada no género como um problema social e de saúde pública, pelo seu crescente impacto na vida da mulher e rapariga. Citando dados que indicam que foram registados no ano passado 1049 casos de violência, contra 949 notificados em 2019. Relativamente aos crimes contra a liberdade sexual violência sexual houve 200 casos em 2020, contra 164 do ano 2019.

O empoderamento da mulher e a igualdade de género têm sido muito discutidos ultimamente. Entretanto, ainda há um longo caminho pela frente, o que exige força e resiliência das (jovens) mulheres nesta árdua luta. Crizalda Nhampossa, estudante finalista da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), trabalhadora e mãe, conta os vários desafios por que já passou e que a fizeram desde muito cedo correr atrás de um emprego, para garantir a sua sobrevivência.“Depois de concluir o ensino básico, mudei-me para a casa da minha irmã, e tive que trabalhar para ajudar nas despesas da casa, e para que algum dia pudesse ingressar na Universidade. Já trabalhei como doméstica, comerciante, e várias outras coisas, mas ainda assim nunca pensei em desistir de concluir os meus estudos”.

 

Pouco mais de dez milhões de dólares é o montante que a visão Mundial Moçambique vai investir para implementar o projecto “Toda a Rapariga Pode”, com o objectivo de reforçar o equilíbrio do género nas comunidades moçambicanas. O projecto foi lançado há dias na cidade de Nampula e tem como objectivo equilibrar os desafios que a rapariga e adolescentes do sexo feminino enfrentam no seu dia – a dia, que se consubstanciam na falta de oportunidades no acesso à educação e emprego. O projecto será implementado durante cinco anos, em três distritos nomeadamente Nacarôa, Monapo e Murrupula.

Na província de Tete – A esposa do governador, Célia Viola, no decurso de um encontro com líderes tradicionais e outras personalidades com influência nas comunidades, exortou toda a sociedade a empenhar -se arduamente no combate às uniões prematuras e forçadas, que comprometem o desenvolvimento da mulher, principalmente no meio rural. Segundo Célia Viola, a rapariga deve ser protegida e escolarizada para que possa definir e preparar melhor o seu futuro.

A COMISSÃO de inquérito criada para averiguar alegados casos de exploração sexual de reclusas no Estabelecimento Penitenciário Especial para Mulheres, antiga Cadeia Feminina de Ndlavela, deve apresentar o seu relatório até ao dia 7 de Julho. A informação foi avançada ontem por Sinai Nhatitima, presidente desta equipa de trabalho, composta por dez membros de diferentes instituições públicas e privadas ligadas ao ramo da justiça no país. Na apresentação da composição da comissão, Sinai Nhatitima disse à imprensa que o seu trabalho irá decorrer nos dias normais de expediente, daí que a contagem dos 15 dias estabelecidos para esta missão, com efeitos a partir do dia 16 de Junho corrente, se prolongarem até 7 de Julho.

O FUNDO das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) reviu, em alta, o valor do seu apelo humanitário para Moçambique durante este ano, aumentando de 52 milhões para 96,5 milhões de dólares, 55,7 dos quais se destinarão a atender à situação de Cabo Delgado. Justifica o aumento do apelo afirmando que com os contínuos ataques em Cabo Delgado, surtos de doenças transmissíveis e o impacto do ciclone Eloise, a situação humanitária em Moçambique deteriorou-se significativamente desde o início do ano. Segundo esta agência da ONU, mais de 732.000 pessoas, 46% das quais são crianças, estão deslocadas devido às acções de grupos terroristas em Cabo Delgado, que também perturbaram os serviços básicos em grande parte desta província.

No âmbito das celebrações de 16 de Junho, Dia da Criança Africana, as autoridades moçambicanas a diversos níveis são exortados a impor penas severas aos violadores dos Direitos da Criança, que vão desde a violência doméstica, trabalho forçado, abuso sexual e uniões forçadas. As lideranças comunitárias deve fortalecer as acções de vigilância popular e a denúncia destes actos, que perigam a vida das crianças.

Quatro Especialistas mandatados pela Nações Unidas, através de uma carta enviada a 07 de Abril ao Papa Francisco e tornada pública ontem (21.06), expressaram a sua ” enorme preocupação” com as numerosas acusações de violência sexual cometidas contra crianças em instituições católicas e pedem acção ao Papa Francisco.