Madina Abílio é uma adolescente de 16 anos de idade, residente em Muaquiua, no distrito de Mocuba, na província da Zambézia. Ela escapou a uma união forçada que já tinha sido preparada pelos pais com um comerciante local. O mesmo tem idade para ser o pai de Madina e sempre a assediava quando esta fosse à loja adquirir alimentos. Madina conta que foram dois anos de perseguição, com promessas de presentes como sumos, bolachas, roupas e até dinheiro. Ela conta que se salvou da união prematura porque a tradição local manda que antes do casamento os pais da noiva têm de comunicar ao líder tradicional local. O líder tradicional local discordou com essa união.

Na abertura do seminário regional centro de formação dos membros das assembleias provinciais de Manica, Sofala, Tete e Zambézia, sobre a participação política em Moçambique, a Secretária de Estado da província de Sofala, Stella Zeca, defendeu a necessidade de promover a igualdade de género em todas as esferas da sociedade, pois esta é uma forma de contribuir para a construção de uma sociedade melhor e justa. Apelou para que os partidos políticos, no seu funcionamento interno, possam ter estratégias e políticas para fazer com que as mulheres não sejam discriminadas simplesmente pelo facto de serem do sexo feminino.

O VICE-MINISTRO da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Filimão Suaze, reconheceu ontem em Maputo que os direitos humanos em Moçambique estão ameaçados devido aos conflitos militares nas províncias de Manica, Sofala e Cabo Delgado, esta última que sofre ataques terroristas.

Filimão Suaze, que falava na abertura de uma mesa-redonda alusiva à comemoração dos 40 anos da adopção da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, ontem assinalados, afirmou que esta situação constitui um desafio enorme, sobretudo no que respeita à garantia da observância dos direitos consagrados na Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.

A Organização da Mulher Moçambicana (OMM) espera que as investigações em curso sobre a exploração sexual de reclusas no Estabelecimento Penitenciário Especial para Mulheres, antiga Cadeia Feminina de Ndlavela, tragam resultados convincentes.

Jornalistas de diferentes províncias participaram numa formação sobre aborto seguro, promovido pela Associação Moçambicana de Obstetras e Ginecologistas ( AMOG ), com o objectivo de dotá – los de conhecimento sobre mortalidade materna. Dentre os temas abordados destacam -se a componente jurídica da lei do aborto seguro em Moçambique, boas práticas e atendimento humanizado, clarificação de atitudes para a melhoria do tratamento do ambiente de trabalho, no qual se aplicam os direitos das mulheres e raparigas face a interrupção da gravidez legal, entre outros.

Um total de 250 jovens e adolescentes de 15 a 25 anos de idade, oriundos de sete distritos municipais da cidade de Maputo vão beneficiar de formação para acelerar a disseminação de matérias sobre a saúde sexual, direitos reprodutivos, Infecções de Transmissão Sexual (ITS) e prevenção do HIV/SIDA, nas suas comunidades. Terão ainda a responsabilidade de sensibilizar a comunidade sobre o perigo das uniões prematuras, combate ao consumo de drogas e de bebidas alcoólicas, que afectam negativamente a saúde, para além de comprometer a escolaridade e formação profissional.

Realizou -se em Nampula, o seminário regional sobre o envolvimento da mulher na indústria extractiva, a pastora Felicidade Chirinda, propõe que a sociedade discuta e continue a proporcionar mais espaço de actuação à mulher em todas as esferas. Sendo a população moçambicana maioritariamente feminina, é essencial que esta esteja dotada de valores que possa transmitir aos seus filhos e à sociedade no geral. A formação da mulher deve ser contínua, sob o risco de ela ser deixada para trás, quando tem um papel preponderante a desempenhar.

UMA menor de 14 anos de idade, D. Neves, foi resgatada segunda-feira (28) de uma união prematura, na qual viveu durante três semanas com um indivíduo de 43 anos, no quarteirão 36, bairro da Polana Caniço A, na cidade de Maputo.