Nas províncias de Sofala e Manica, a Agência de Desenvolvimento Económico Local (ADEL) está a levar a cabo um projecto para recuperação económica de dez mil mulheres afectadas pela violência armada, a iniciativa é financiada pela ONU – Mulheres em trinta mil meticais e vai decorrer de forma faseada. As mulheres recebem financiamento para a promoção de pequenos negócios e crédito lucrativo além de formação vocacional. As primeiras trezentas foram seleccionadas no Distrito de Vandúzi em Manica, uma das zonas mais afectadas pelos ataques armados da Auto Proclamada Junta Militar da Renamo.

Segundo a representante do Ministério do Género, Criança e Acção Social, Ana Namburete , a fraca implementação da Lei sobre as Uniões Prematuras nas zonas urbanas e nas zonas rurais está a ter implicações directas na detenção de maior número de cidadãos envolvidos com crianças em todo o país. Salientou que em todo o país, existem muitos cidadãos detidos, mas o número ainda não satisfaz as autoridades fiscalizadoras, pois acredita-se que há muito cidadãos violadores da lei que estão a ser encobertos dentro das comunidades.

Maputo – Nos primeiros seis meses de 2021, cerca de cinquenta menores, com idade compreendida dos 14 aos 17 anos, envolveram-se em uniões prematuras, no distrito de Magude, na província de Maputo. Esta informação foi divulgada recentemente pelo responsável do grupo de referência para o sector da Educação Comunitária, Amilton Ubisse, durante uma mesa-redonda promovida pela Associação Moçambicana Contra Uniões Prematuras.

Na província de Nampula, cresce cada vez o número de raparigas que são resgatadas das uniões prematuras, através dos esforços das autoridades locais e organização da sociedade civil de protecção e promoção dos direitos da criança. A implementação de programas de geração de renda, retenção escolar e educação financeira permitiu que vítimas de violência baseada no género fossem reintegrados nas comunidades e desenvolvessem actividades sócio – económicas. O “Notícias” apurou que nos últimos meses 38 raparigas foram reintegradas na escola, depois de terem abandonado para trabalharem ou para se sujeitarem a uniões prematuras. Segundo Russema Reteta ” Alguns país, porque nunca souberam o valor de cuidar de uma filha, entregam – nas por colchão, cama e três mil meticais”.

A maioria dos países no Conselho de Segurança expressou nesta segunda-feira a sua profunda preocupação com a violação dos direitos humanos no Afeganistão e medo de uma eventual ascensão do terrorismo no país com a subida dos talibãs ao poder. O secretário-geral da ONU, António Guterres, que foi o primeiro a falar na reunião de emergência do órgão máximo da ONU, expressou as preocupações partilhadas por grande parte da comunidade internacional. “Temos de falar a uma só voz para defender os direitos humanos no Afeganistão”, disse Guterres, acrescentando que estava preocupado, “em particular, com relatos de crescentes violações dos direitos humanos contra mulheres e raparigas no Afeganistão que temem um regresso aos dias mais negros”.

A entrada das forças talibãs em Cabul, no domingo, tem implicações para todo o país, mas há uma faixa da população que fica particularmente vulnerável: as mulheres e as meninas, que, assim como aconteceu na primeira ocupação do movimento radical, serão colocadas estritamente ao serviço da família (do homem) e impedidas de ter acesso à educação.

Estão assegurados oito milhões de euro pelas Nações Unidas e a União Europeia (UE) para a implementação da segunda fase da Iniciativa Spotlight, um projecto global lançado em Moçambique em Março de 2019 com o objectivo de eliminar todas as formas de violência contra mulheres e raparigas. A renovação por mais dois anos deve -se aos bons resultados alcançados, graças ao empenho do Governo e das mais 2o organizações da sociedade civil implementadores que, de forma conjunta, alcançaram mais de 1.9 milhões de pessoas, entre as quais mais de 1.1 milhões de mulheres e raparigas nos últimos dois anos.

A pandemia da Covid – 19 está a trazer dor e penúria a famílias moçambicanas. Até última terça – feira (10 .08), o pais tinha registado um total de 134.343 casos que resultaram em 1641 mortes. Por outro lado, as restrições impostas pela pandemia estão a transformar lares moçambicanos em epicentros de violência e crueldade, onde as mulheres aparecem como principais vítimas. São histórias tristes de uma realidade de quem vive o sofrimento em dose dupla: a violência e os efeitos da Covid -19.