Cerca de 14 milhões de dólares norte -americanos estão a ser investidos, desde o ano passado na Zambézia, em projectos de empoderamento feminino e direitos sexuais e reprodutivos pela Embaixada da Suécia, em Moçambique, em coordenação com a Agência das Unidas para a Infância (UNICEF).

O sector da educação está a receber aproximadamente 140 milhões de dólares para o melhorar o acesso ao ensino e empoderamento da rapariga no país no período 2021 -2025. Financiado pela Parceria Global para a Educação (PGE), o valor será usado para melhorar a aprendizagem de meninas nas classes do segundo ciclo do ensino básico, com prioridade para as zonas mais carenciadas do país.

Onze casos de uniões prematuras foram reportados nos primeiros seis meses deste ano ao Gabinete de Atendimento à Família e Menores Vítimas de Violência na cidade da Beira, contra 13 registados em igual período do ano passado. Richard William, chefe da Secção de Menores, apontou que esta redução se deve às palestras que o sector tem realizado nas comunidades, mobilizando – as a evitarem tais actos, assim como a denunciarem todos os casos vivenciados na família ou na vizinhança. Referiu que os principais agentes dos casamentos prematuros são os próprios pais e/ ou encarregados de educação das raparigas.

Uma jovem de 18 anos foi violada sistematicamente pelo pai, durante dois anos, no bairro de Magoanine C, na cidade de Maputo. O caso chegou às autoridades, mercê de uma denúncia dos vizinhos da vítima, após presenciarem actos de agressão física protaganizados pelo chefe de família contra a esposa e filhas.

Adolescentes e jovens continuam a enfrentar barreiras no acesso à educação e cuidados de saúde sexual e reprodutiva no país, devido à persistência de normas sociais e culturais que aumentaram a sua vulnerabilidade. Uma avaliação de lacunas no sector da Educação, realizada no âmbito da iniciativa All In, mostra que não existem ferramentas de monitoria do ensino da sexualidade, com enfoque para a prevenção do HIV/Sida e infecções de transmissão sexual.

Cerca de nove mil moçambicanos que haviam procurado refúgio na Tanzânia face aos ataques terroristas na província de Cabo Delgado foram forçados a retornar ao país sem avaliação das sua necessidades de protecção e asilo. O Alto – Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) indica que os poucos requerentes de asilo que conseguem atravessar a fronteira não recebem assistência humanitária em alimentos, medicamentos ou abrigo que pretendem.

O Ministério da Defesa Nacional garante a protecção da mulher que há dias denunciou, publicamente, certos elementos da sua comunidade que colaboram com grupos armados que aterrorizam a província de Cabo Delgado.

Assinala -se o Dia Mundial da População sob o ” Aumentar a consciencialização sobre as necessidades de Mulheres e raparigas em relação à saúde sexual e reprodutiva e sua vulnerabilidade em contextos de crise humanitária”. Os indicadores de bem-estar e de desenvolvimento registaram progresso dignos de menção nos últimos 10 anos, apesar de o país ainda enfrentar desafios, com destaque para o acesso à educação, formação, serviços de saúde, abastecimento de água e aos recursos produtivos.