Metade das raparigas casa-se antes dos 18 anos no país, perdendo os seus direitos e “enterrando” os sonhos de se formar e serem adultos com melhores condições, o que começa a ser visto como uma tragédia nacional.

A COMERCIANTE Leonor Vicente vive no bairro da Urbanização e a vendedeira Amélia Sitoe no Maxaquene, cidade de Maputo. Embora não se conheçam, as duas têm em comum o facto de que são mães solteiras de pouca posse financeira, mas não dormem sem antes conseguir algo para o sustento da família.

A integração da mulher no mercado de trabalho, que começa com a formação técnico-profissional, continua um desafio a avaliar pela fraca presença desta na inovação, ciência, tecnologia e engenharias consideradas áreas proibitivas para ela.

E cada vez mais crescente a reivindicação das mulheres pela inclusão nos lugares de tomada de decisão, tanto em instituições públicas, como privadas.

Todas as manhãs vemos mulheres no transporte público e não só a caminho do local de trabalho, quer para servir o patrão, quer para fazer o seu próprio negócio. Este esforço, tem sido em busca de alternativas e contribuir nas despesas domésticas, mas também no alcance a autonomia financeira.

Disseram-me que já tinha marido.

Casou-se aos catorze anos e tornou-se mãe há dois. O esposo negociante, deixou-a com a sogra e partiu para outra relação.

Carolina Cossa é  uma idosa cuja idade desconhece, levanta-se ao raiar do sol, caminha 22 quilómetros em cerca de quatro horas (ida e volta) para se fazer  à sua machamba, onde cultiva hortícolas e tubérculos para o seu sustento e o da sua família.

Vulnerabilidade da rapariga

Lá diz o ditado popular: ” Uma desgraça nunca vem só”. Alguns podem não imaginar o alcance desta frase.