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Conferência Nacional da Rapariga discute violência de género
Nos dias 12 e 13 de Novembro, na cidade de Maputo, decorreu uma Conferência Nacional da Rapariga, sob o lema: Empoderando as raparigas e inspirando mudanças para eliminar o ciclo de violência.
A CECAP – Coligação para a Eliminação dos Casamentos Prematuros – organizou uma Conferência Nacional da Rapariga nos dias 12 e 13 no Hotel Rovuma, na Cidade de Maputo, sob o lema: Empoderando as raparigas e inspirando mudanças para eliminar o ciclo de violência.
Participaram desta conferência cerca de 300 pessoas, na sua maioria raparigas de diversos cantos de Moçambique e alguns rapazes. Estiveram também presentes representantes de várias organizações da sociedade civil que trabalham na área dos direitos humanos, bem como instituições do governo.
Durante os dois dias em que decorreu o evento, foram feitas várias apresentações que provocaram um vivo debate, num ambiente motivador e participativo.
A WLSA Moçambique, como parte da Coligação, participou da conferência no Painel Sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos onde fez uma apresentação sobre os resultados da Pesquisa sobre Ritos de Iniciação e ainda distribuir o seu material IEC na Exposição que decorria em paralelo ao evento.
Um dos pontos importantes da conferência foi a intervenção de uma das raparigas de 15 anos, da Província de Inhambane, que fez um depoimento onde contou em plenária que foi abusada sexualmente pelo professor na 7ª classe e ao passar para o ensino secundário teve que morar com os tios. Sendo que o tio se encontrava desempregado, ficava o dia em casa. E quando a tia saía para o trabalho, ele assediava-a. Por esse motivo, ela passou a ficar na rua durante as horas em que a tia estava no trabalho e só regressava quando esta estivesse em casa.
Depois das condições dos seus pais terem melhorado nunca mais voltou sequer para visitar os tios. Os pais sempre a questionaram sobre os motivos dessa atitude, mas ela nunca conseguiu contar-lhes o que sucedera. Referiu ser a primeira vez que fala desse assunto. Esta interveniente incentivou as raparigas a pedirem socorro quando se encontrem em situações de violência e a denunciar o agressor.
No fim, uma das raparigas, da província de Gaza, fez a leitura das recomendações que saíram desta conferência.
Por Maria Salomé
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