Breves
Sociedade civil lamenta saída do Presidente do INE
Organizações da sociedade civil, organizadas em torno da Plataforma Votar Moçambique, emitiram um comunicado em que se solidariza com o Dr. Rosário Fernandes e reitera a necessidade de um esclarecimento aos polémicos números do recenseamento eleitoral em Gaza.
Pedido de demissão do presidente do INE:
um exemplo de protesto contra a ingerência
política na administração pública
Um bom exemplo de idoneidade, ética, integridade e cometimento com a causa pública acaba de ser dado pelo presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Dr. Rosário Fernandes, que colocou o lugar à disposição depois de ser publicamente enxovalhado pelo Presidente da República. Ainda que de forma indirecta, Filipe Nyusi “avisou”, durante a inauguração, recentemente, do novo edifício do Ministério da Economia e Finanças, instituição de tutela do INE, que quem não andasse em consonância com ditames de hierarquia seria “tirado como capim”.
Ora – repara o jornal Savana – o Presidente da República, que entrevistou o demissionário dirigente, referia-se à postura do INE em relação à polémica com os dados do recenseamento eleitoral referentes a Gaza, em que o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) apresentou estatísticas questionáveis da população recenseada (1,166 milhão – 80 por cento do total actual dos habitantes da província). Estes dados levaram a entidade oficial responsável por censos, como o da população e habitação, a vir a público distanciar-se, com argumentos técnicos, dos números dos órgãos eleitorais.
A discrepância em torno dos números revelou dissonância entre quem opta pelo rigor, zelo e ética no exercício das suas funções e quem atenta contra a obrigação de seguir esta postura. O Dr. Rosário Fernandes, que antes do INE dirigiu a Autoridade Tributária de Moçambique, é amplamente conhecido pela sua integridade, ética, coerência e compromisso em bem-servir, ao colocar o seu lugar à disposição distancia-se de quem põe em causa todos os preceitos recomendáveis de gestão da coisa pública feitos pelo Presidente da República.
As organizações da sociedade civil consorciadas no programa Votar Moçambique, que para além de outras acções monitora o processo eleitoral, solidarizam-se com o Dr. Rosário Fernandes e regozijam-se pela sua postura íntegra como servidor público. Este consórcio de considera que a administração pública moçambicana, claramente sedenta de exemplos de ética, idoneidade e honestidade, perde um líder comprometido e exemplar na construção do país.
Ao mesmo tempo que se solidariza com o Dr. Rosário Fernandes, o Votar Moçambique reitera a necessidade de um esclarecimento aos polémicos números do recenseamento eleitoral em Gaza. É que os dados apresentados pelo STAE continuam envoltos em suspeições nada dignas aos desígnios de transparência requeridos, o que em si atenta contra a integridade e a credibilidade de todo o processo eleitoral. Igualmente, lamentam a recusa, pelos órgãos eleitorais, de realização de uma auditoria aos resultados do censo eleitoral em Gaza, crucial para o esclarecimento da opinião pública em relação a esta matéria.
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