Breves
Jornadas de reflexão sobre direitos sexuais e reprodutivos
Em parceria com a Knight/ICFJ (International Centre for Journalists) a WLSA Moçambique realizou de 9 a 13 de Maio uma capacitação destinada a jornalistas da região centro do país, designada “Jornadas de reflexão e reportagem sobre direitos sexuais e reprodutivos”.
As Jornadas tinham como objectivos:
- Sensibilizar jornalistas locais para temas relacionados com os direitos sexuais e reprodutivos, com destaque para o aborto inseguro e a fístula obstétrica, assuntos centrais de saúde pública;
- Treinar e acompanhar os participantes para o jornalismo investigativo, para produzir reportagens originais e pró-activas em questões de interesse público.
Estes temas constituem problemas graves de saúde pública e de violação dos direitos humanos. Para além disso, este momento foi escolhido porque será durante a presente legislatura que se discutirá no Parlamento uma lei sobre a interrupção voluntária da gravidez, sendo por isso crucial trazer para o debate público a extensão do problema do aborto inseguro e dos custos que ele representa, directa ou indirectamente, para o sector da saúde.
Também, no que concerne a WLSA Moçambique, que tem como uma das prioridades do presente Plano Estratégico 2011-2015 a denúncia do casamento prematuro, a sensibilização para o problema da fístula obstétrica está estreitamente relacionada com a luta que se pretende desenvolver para diminuir os altos índices desta união forçada entre crianças do sexo feminino e adultos do sexo masculino. A fístula obstétrica é um problema largamente ignorado pelo público em geral e pelos decisores em áreas relacionadas, mas cuja incidência é grande: estima-se em 2 milhões as mulheres afectadas em África, na Ásia e na região Árabe, e 100.000 em Moçambique.
Esta situação ê agravada pela pouca cobertura do parto institucional no país (que representa 58%). A possibilidade de realizar cirurgias reconstrutivas, que tirariam estas mulheres / crianças do isolamento social a que estão votadas, depende não só de programas e recursos governamentais, mas de que se ultrapassem as barreiras culturais e familiares que não permitem ou facilitam que estes casos sejam reportados às entidades sanitárias.
Esta actividade vem também dar resposta à pouca cobertura que os direitos sexuais e reprodutivos têm tido por parte dos media e, em casos extremos, à falta de ética com que são abordados. Na continuidade, espera-se ainda este ano realizar duas outras capacitações na região norte do país.
O Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), em conjunto com o Ministério da Saúde, está a desenvolver um programa ao nível nacional de combate à fístula obstétrica, promovendo, entre outros, campanhas de reconstrução cirúrgica em hospitais provinciais. Está a decorrer neste momento (iniciou-se a 16 de Maio) uma campanha no Hospital Central da Beira, que operará 80 mulheres vindas de vários distritos de Sofala, Manica e Tete.
WLSA
direitos sexuais e reprodutivos um tema que tem toda relevancia e enquadramento no nosso contexto, e com ajuda da MEDIA acredito que muita coisa podera mudar: FORCA
claro tem relevancia mas o mesmo tema precisa de ser partilhado com a maioria dos moçambicanos que pouco tem informações dos seus direitos… Falo das Zonas Rurais do pais e um pouco das zonas urbanas.
A publicação desses artigos é restrita e o mesmo circula nas maos quem faz parte da comunidade academica.